quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Uma janela na lata. Uma janela mágica.

Pinlux de Paula Biazus em Buenos Aires

Pinlux Rafael Johann - Dia Mundial da Pinhole

Pinlux Série Tripulantes

Aluna GHC fotografando

Aluna GHC Construindo Pinlux

Oficina da Vila do Campinho

Turma Oficina da Vila do Campinho

O grupo Lata Mágica completa 10 anos de ensino e pesquisa em fotografia pinhole neste ano de 2009. A idéia de realizar oficinas utilizando câmeras fotográficas construídas a partir de latas e sem a presença de lentes surgiu na Faculdade de Comunicação da UFRGS, pois um colega nosso, Guilherme Galarraga, havia aprendido a técnica com um artista alemão, Jochen Dietrich, em um curso no Instituto Goethe durante a I Bienal do Mercosul. Foi através da disciplina de Jornalismo Comunitário que concretizamos uma atividade com crianças moradoras do Jardim Planetário (comunidade vizinha à Faculdade) em que levamos latas já transformadas em câmeras e montamos um laboratório para revelação das imagens na creche local.
Após essa primeira oportunidade, que teve um caráter bem experimental pois não possuíamos formação como professores, começaram a surgir outros convites para reprodução da experiência. A possibilidade de transformar simples objetos do cotidiano em aparatos de construção de imagens fotográficas sempre despertou curiosidade e interesse nas pessoas. Os adultos chegavam a duvidar de tal possibilidade, já as crianças sempre tiveram maior facilidade em conviver com a idéia. A primeira oficina de maior duração ocorreu no Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação realizado na Unisinos em 2000, os participantes tiveram a oportunidade de construir suas câmeras, fotografar para obtenção do negativo e depois transformar o negativo em positivo, a cópia fotográfica. Até 2001, trabalhávamos em três pessoas, Paula Biazus, Maisa Del Frari e Guilherme Galarraga, quando se juntaram a nós Pedro Araújo e Rafael Johann.
A possibilidade de desmistificação do processo fotográfico permitido pela pinhole sempre foi uma das motivações do grupo. Nas oficinas, os participantes têm a possibilidade de acompanhar o processo fotográfico, desde o seu início, até chegar à cópia fotográfica final. A fotografia passa a ser um processo em que a construção da imagem está em evidência, a mágica se encontra na compreensão de um fenômeno físico simples, a câmera obscura, que permite transformar em imagens fotográficas a percepção da realidade em que vivemos.
Quando o grupo ficou completo, tivemos uma experiência de seis meses com crianças de uma comunidade de Porto Alegre, a Vila Nossa Senhora de Fátima, em que tivemos a oportunidade de realizar um grande laboratório sobre nossas oficinas. No ano de 2002, participamos pela primeira vez do Projeto Descentralização da Cultura da Prefeitura de Porto Alegre e fomos contemplados com o FUMPROARTE para a realização de um projeto autoral, O Olhar Passageiro. Fotografamos diversos pontos da cidade e transformamos as imagens pinholes em adesivos colados nas janelas dos ônibus metropolitanos. Essas fotografias circularam por mais de seis meses na cidade em que foram obtidas convidando os passageiros a um novo olhar sobre lugares já vistos – link: www.latamagica.art.br/oolhar.
Entre os anos de 2004 e 2006 executamos um projeto chamado igualmente Lata Mágica (http://www.fotografia.ufrgs.br/latamagica/) que consistia na execução de quatro oficinas em bairros da cidade com duração de aproximadamente um mês cada, a realização de uma exposição no local, posteriormente a reunião das imagens em um catálogo e uma exposição final. Em 2007, tivemos a oportunidade de participar do Encontro sobre Inclusão Visual no Rio de Janeiro com a participação de projetos de todo o país e também de realizar uma oficina na I Semana de Fotografia do Recife. Atualmente, possuímos dois membros, Paula Biazus e Rafael Johann, e trabalhamos além da já tradicional foto na lata com uma técnica aprendida com Miguel Chikaoka, fotógrafo e educador de Belém do Pará, que se chama pinlux. Consiste em transformar uma caixa de fósforos em câmera e a utilização de negativo 35mm para a obtenção das imagens. A pesquisa nessa nova forma de fotografar já foi aplicada no Grupo Hospitalar Conceição durante o ano de 2008 em que trabalhamos com os funcionários do Centro de Atendimento Psicossocial. O nosso trabalho autoral, utilizando a pinlux, poderá ser visto no FestFoto 2009 (Festival de Fotografia de Porto Alegre).
Outros Links para trabalhos do grupo:
http://www.fotografia.ufrgs.br/port/05_portfolio/raf_johann/index.htm
http://www.fotografia.ufrgs.br/port/05_portfolio/aranha/index.htm
Colaboradores:
Paula Biazus é jornalista, graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Mestre em Antropologia Social na mesma instituição. Fotografa desde 1996; fez parte da equipe do Núcleo de Fotografia da Fabico - Ufrgs de 1997 a 2008. Integra o Grupo Lata Mágica desde 1999; trabalhou no site http://www.foto.art.br/ entre os anos de 1999 e 2001, assim como na III Bienal de Artes Visuais do Mercosul em 2001. Entre 2003 e 2007, atuou como pesquisadora associada ao Banco de Imagens e Efeitos Visuais, grupo de pesquisa ligado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - UFRGS, como coordenadora do grupo de trabalho sobre coleções etnográficas em fotografia.
Rafael Johann é Bacharel em Artes Plásticas – ênfase em Fotografia pela UFRGS – e Licenciado em Artes Visuais pela mesma Universidade. Integrante do grupo Lata Mágica desde 2001. Integrou o Núcleo de Fotografia da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação Social/UFRGS de 2001 a 2008, onde atuou na área de Monitoria, Projetos Especiais e Cursos de Extensão. Entre 2001 e 2004, trabalhou também na Produtora Independente de Cinema SENDERO. Dentre os Salões e Prêmios que já participou, destacam-se: Prêmio Chamex de Arte Jovem (São Paulo, abril de 2004), Festival Black & White (Porto, Portugal, Maio de 2005) e 16º Salão de Artes Plásticas da Câmara Municipal de Porto Alegre (Setembro/Outubro de 2008).
(Porto Alegre)

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