domingo, 15 de março de 2009

Porque o Carnaval acontece no cotidiano mais íntimo






E quem disse que não se vive Carnaval todos os dias, é porque não se deu conta das máscaras que veste, mesmo sem saber.





Para enfrentar o dia, levantar da cama, olhar o mundo de frente, só mesmo vestindo uma capa de coragem, dessas que fazem super-heróis voarem nos filmes.

Na hora do trabalho, é bom que se ponha um sorriso no rosto – pode ser amarelo, aquele de papel manchado da última folia, porque o que importa mesmo é a aparência, e trate de guardar o que você sente, seja angústia, raiva, insatisfação – desses que aparentam sinceridade e que agradam o freguês. Aproveite e vista também suas orelhas mais surdas, para não escutar o que não quer. E se tiver aí à mão, ponha também uns óculos desses de Mr Magoo, para não ter que enxergar as pedras que lhe atirarem aos pés nem as possíveis facas que lhe mostram pelas costas.

Mas nem tudo é tristeza, e há também a hora de vestir a fantasia de super-herói completa. Pagar contas, administrar casa, família, e fazer tudo isso funcionar, só mesmo com ajuda de super-poderes. Aproveite a capa lá do início do dia para voar de um compromisso ao outro sem perder charme, elegância e bom humor.

Aliás, bom humor é algo essencial em dias de festa – e acho que ficou claro que a festa maior é a que se vive no dia-a-dia – e lembre-se de trazê-lo sempre, use-o extravagantemente, como quem atira confetes no salão ou tenta enlaçar alguém com um rolo de serpentina.



Há aqueles que merecem um sorriso também, mas é bom daí deixar de lado a máscara e sorrir de verdade, sorrir mais que com o coração, sorrir até o fígado - se ele aguentar - porque sorrir até o fígado, em uma folia constante, só demonstra o verdadeiro exercício da alegria.




Amoleça o coração e brinque de ser a peça mais importante de alguém. Use sua coroa na cabeça e mande e desmande e aja como se não houvesse amanhã. Ame como se não houvesse amanhã. Porque afinal de contas pode ser tudo uma brincadeira, e se assim for, se o sentimento houver sido verdadeiro, então nada foi em vão.

Colaboração de: Cristina Moreira

Cristina Moreira não gosta de Carnaval, mas adora uma purpurina. Se pudesse, andaria todos os dias com sua coroa de strass na cabeça. Sabe que as máscaras existem, mas acredita na eventual caída delas. Exercita o sorriso até o fígado e procura viver a folia todos os dias, e não só no Carnaval.

Para saber mais, www.overcomeyourfear.blogspot.com

e www.imagempordia.blogspot.com

e www.inventariodasdelicadezas.wordpress.com

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