quinta-feira, 12 de março de 2009

Filhos do carnaval. Prodígio do Brasil.



Para alegria de todos, a produção televisiva nacional não se restringe mais às novelas. Cada vez com maior visibilidade no estrangeiro, as minisséries brasileiras atingem níveis de qualidade respeitáveis e projetam as temáticas tupiniquins ao mundo. Um excelente exemplo destas mudanças (e, não por coincidência, relevante com a temática do mês) é a série Filhos do Carnaval. Dirigida por Cao Hamburger, a série é uma co-produção da HBO e da O2 Filmes, e teve sua primeira temporada exibida pelo canal pago em 2006. Em fase de produção, a segunda temporada tem estréia prevista para o segundo semestre deste ano. Com o custo estimado de R$ 1 milhão para cada um dos 7 novos episódios, a trama retrata o cotidiano dos bicheiros cariocas e como eles usam o carnaval para lavar dinheiro.
A primeira temporada girava em torno de uma família que controlava a máfia do samba e do jogo ilegal no Rio de Janeiro. Na segunda temporada, os filhos lutam entre si para assumir o controle da família após a morte do pai, interpretado na primeira fase pelo ator Jece Valadão, morto em 2006. Um detalhe bem interessante da primeira temporada, que esperamos se repita na segunda, é que o conteúdo de cada episódio acaba sendo relacionado com algum animal do jogo do bicho. Assim, por exemplo, o episódio que fala das mães do filhos do carnaval chama-se "Vaca, o bicho que dá leite", o episódio que trata da traição de um dos mebros da família chama-se "Abraço de urso". Outra característica que chamou a atenção na primeira temproada foi a pluralidade de diretores, para diferentes episódios (roteiro de Elena Soarezz, Cao Hamburger e Anna Muylaert e direção de Cao Hamburger, César Rodrigues, Flávio Tambelini e Luciano Moura, com direção geral de Cao Hamburger), o que não abalou em nada a unidade da série.
Com claras influências de séries como Os Sopranos, além claro de O Poderoso Chefão, “a série é mais um drama familiar do que uma história sobre o mundo do crime”, nas palavras do próprio Cao Hamburguer. Com imagens de cinema, obtidas por meio de película, Filhos do Carnaval segue a trilha de séries como Mandrake e Alice, elevando a produção nacional a padrões internacionais, mostrando ao mundo que existe vida inteligente fora do Projac.

Colaborador:
Paulo Menechelli Filho, gosta de brincar de jornalista, não gosta de quem se leva a sério, ama mídia de qualidade e odeia televisão aberta.
(São Paulo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário