quinta-feira, 30 de abril de 2009

o homem que não chegou à Lua

'Não por acaso Clarice Lispector dedicou páginas reiteradas, em “A descoberta do mundo” e em “Água Viva”, à incompetência da palavra para descrever tudo o que os sentidos podem captar. Trata-se de um dilema recorrente entre os operadores da linguagem escrita e falada, já exposto pelo resignado Alberto Caeiro em seus poemas. A súbita alteração no comportamento dos ouvintes do “Sermão da Sexagésima”, do Padre Vieira, destacada por Sérgio Buarque de Holanda, em “Visão do Paraíso”, exemplifica precisamente essa incapacidade linguística. Nem o melhor orador, nem o mais hábil escritor podem expressar verbalmente aquilo que se apreende com o olhar, a audição, o toque, o olfato. O que existe é indizível.'
Entrega a prova com satisfação. Há muito tempo desde o dia em que desistiu de alcançá-la. Nem astronauta, nem escritor. Nada que possa levá-lo de volta à velha obsessão. Um diplomata. Verá a lua de várias partes diferentes do mundo. Caeiramente. Sem querer dominá-la. Ela existe. E não tem que ser pensada. Ela reflete e não ter que ser escrita. Está lá. E não importa se em toda páscoa é cheia. Se cresce ao contrário no outro hemisfério. Existe e reflete. Não pensada. Não escrita. Entrega a prova com satisfação. Verá de várias partes diferentes do mundo.
Leila de Souza Teixeira, que tem o olhar nítido como um girassol, e que colabora com

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